Encondroma

O Encondroma é uma lesão benigna, ou seja, não cancerígena. Ocorre por uma falha no crescimento ósseo, ainda durante a infância, e costuma ser diagnosticado entre 20 e 50 anos de idade.



De origem grega, “en” significa “dentro”; “condro”, cartilagem e o sufixo “oma”, tumor. Ou seja, os encondromas são tumores que acometem a cartilagem que fica dentro dos ossos.

O encondroma costuma ser assintomático, ou seja, não é perceptível ao paciente. Não dói nem incha, e geralmente é descoberto a partir de exames feitos por outro motivo, como dores articulares após um trauma. Nas mãos, por exemplo, por acometer ossos menores, pode aparecer após uma fratura, já que o tumor enfraquece o osso.

Características

Encondroma são causados por uma falha no crescimento ósseo, ainda durante a infância, onde um pedaço da cartilagem de crescimento se interioriza e acaba permanecendo no interior do osso, sem ossificar-se.

É a segunda lesão provinda de cartilagem mais comum nos nossos ossos, incide tanto em mulheres quanto em homens, e costuma ser diagnosticado entre 20 e 50 anos de idade.

É mais comum as mãos, sendo também frequente no fêmur e úmero e raro na coluna e pelve. Na grande maioria das vezes é único, ou seja, acomete apenas um osso. Quando é múltiplo, aparece na forma de duas síndromes: a doença de Ollier e a síndrome de Maffucci.

A doença de Ollier não tem predisposição genética, e cursa com múltiplos encondromas, além de displasia do esqueleto, com ossos curtos e curvados.

Já na síndrome de Maffucci, também aleatória do ponto de vista genético, além dos encondromas, o paciente também apresenta hemangiomas de tecido mole, tumorações formadas por sangue, também benignas.

Apesar do encondroma ser benigno, ele tem um risco de 1% de malignização, ou seja, de transformação em um câncer, chamado de condrossarcoma. Quando o paciente tem múltiplos encondromas, essa chance aumenta para cerca de 30% na doença de Ollier, podendo chegar a 100% nos pacientes com síndrome de Maffucci, que tem também predisição a ter tumores do sistema nervoso central e do trato gastrointestinal, precisando ser acompanhados de perto.

Exames

O exame físico costuma ser inalterado, a não ser nos pacientes com encondromatose múltipla, que podem ter hemangiomas (manchas arroxeadas na pele) e membros encurtados e/ou curvados.

Nas radiografias, encontramos uma “mancha” bem central no osso, bem definida, e que com o tempo vai se calcificando. Costuma ter de 1 a 10cm, e se aproximar do centro do osso à medida que o paciente vai crescendo, até a maturidade esquelética. Quando se suspeita de encondromatose, fazemos várias radiografias, do corpo todo.

A cintilografia óssea é indicada quando queremos diferenciar um encondroma de um condrossarcoma, ou quando temos doença poliostótica.

A ressonância magnética não costuma ser necessária para o diagnóstico, mas pode ser feita para avaliar melhor o tamanho e características da lesão.

A biópsia é raramente feita, usualmente para fazer o diagnóstico diferencial entre encondroma e condrossarcoma. Entretanto, a cartilagem é irregular, e o exame pode ser falsamente positivo ou negativo. Assim sendo, quando o tumor se comporta de forma maligna, com crescimento rápido ou acometimento das corticais (áreas mais fortes do osso), o tratamento cirúrgico costuma ser indicado.

Tratamento

O tratamento pode ser feito apenas com observação e radiografias a cada 3-6 meses durante a fase de crescimento e a cada 1-2 anos após a maturidade.

A curetagem do local, complementada por enxertia óssea, é feita em lesões maiores, com risco de fratura ou suspeita de malignização, ou em locais já fraturados, após a cicatrização da fratura.